quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Roteiro Gastronômico de Florianópolis

Ok!! Acabei de voltar de uma viagem maluca que fiz...
Fui até Florianópolis para encontrar pela primeira vez minha namorada... loucura, alguns diriam... eu concordo... mas foi a melhor decisão que já tomei na vida!!

Além de a cidade me trazer o amor, ela me mostrou ser um excelente local para se comer!!
E é sobre isso que gostaria de falar...
Eu tenho uma cotação interna sobre lugares bons para se comer... e não tenho problemas em fazer propaganda gratuita de locais bons...

Comecemos:

Restaurante Comer Bem: a comida é razoável, porém não compensa muito o preço... e se você não for da cidade não vai gastar tempo comendo coisas que você come em sua cidade.... o ambiente é razoável, mas há de se subir um booomm lance de escadas para se chegar até ele...
nota: 3.5 estrelas


Padaria da Família: salgados bons, porém meio frios, até.... preço razoável e café bom, a nota sobe devido aos doces, que são muito bons (faltou só o tiramisu...), ambiente agradável!!
nota: 4 estrelas

Padaria Manhattan 44: ótimo café da manhã, num ambiente com ar condicionado e bom atendimento.... porém de manhã pega muito sol na frente e esquenta demais as mesas...
nota: 4.5 estrelas

Cantina de vinhos Pipas: um ótimo vinho caseiro de preço bem acessível (9,00) e porções generosas de queijos... ambiente aconchegante, onde as mesas são tonéis de vinho... porém em noites quentes, fica abafado...
nota: 4.5 estrelas

Café La Boheme: um bom café para se tomar... há em todos os cantos da cidade, muito bom
nota: 5 estrelas

Pizzaria Papparella: excelente massa!!!! Muito fina e crocante, com recheios generosos!! O preço é alto, mas vale cada centavo! Ambiente muito agradável, com vista para o mar e para o continente, à Beira-Mar.
nota: 5 estrelas

Restaurante Sushimasa: sushi a vontade por 25,00... ambiente muito agradável... yakisoba depois dos sushis e chá verde de cortesia!!
nota: 5 estrelas

Restaurante Maria Farinha: fica na Lagoa, recomendo muito a seqüência de camarão deles!!! Vale a pena!!! E a taça de vinho é servida em taça de conhaque até a boca e custa 4,00!!!! Glorioso!!!
nota: 5 estrelas


São os lugares em que comi quando estive por lá... sem levar em consideração os lugares em shoppings ^_^ mas essa cotação é a minha, cada um tem gosto diferente para as coisas... além disso... lembrem-se sempre que para comer bem também deve ser levado em conta a companhia... e eu tive a melhor que eu poderia querer... ;-)
Um abraço... até a próxima!!

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Estória de um Reencontro

Seus poucos pertences estavam acomodados em duas pequenas bagagens: na mochila, encontra-se uma muda de roupa, objetos pessoais de higiene - escova de dente, lâmina de barbear; uma medalha, conseguida por um alto custo. Na caixa, muitas cartas e fotos, uma, em especial, que estava sendo removida para servir de companhia ao rapaz, que a olhava, com os olhos cheios de esperança e ternura, e relembrou....

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O carteiro tocou a campainha, como se acostumou a fazer quinzenalmente naquela pequena casa de portões baixos brancos e sempre abertos à vizinhança tranqüila; gostava de entregar as notícias pessoalmente a uma jovem tão sorridente, ele sabia que o sorriso era devido às notícias trazidas por ele. Nesse dia não foi diferente.
Mal o carteiro pôs-se a continuar seu trabalho, a carta já estava sendo aberta e lida. O sorriso da jovem já não cabia mais em seus lábios. Seu peito ofegante só foi contido antes de explodir pela carta apertada contra ele, como se esta fosse o próprio autor, em pessoa, em suas mãos.

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Voltando de suas memórias, pôs a foto no bolso de sua camisa, perto do coração, verdadeira morada da jovem na foto, tirada a seu lado, nas férias depois do colégio. Tantos planos... todos interrompidos pela chamada a Pátria. Agora é tempo para o recomeço.
Pôs a mochila nas costas, pegou a caixa com as duas mãos, e juntou-se a outros homens, que também iriam, cada um com sua história, retomar suas vidas.

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Ao entrar de volta, correu diretamente para o quarto, em direção à caixa de sapato debaixo da cama. Desamarrou o cordão de maneira quase solene e a abriu, colocou a carta dentro e a fechou da mesma maneira. Imediatamente correu ao banho, e por lá demorou um bom tempo, há tempos não se sentia tão relaxada, finalmente a angústia ia ter um fim.
Saiu do banho e procurou seu melhor vestido. Achou um de chita verde-claro, já conhecido dele, pois foi o vestido usado naquele baile, naquela cidade, naquelas férias...

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O ônibus chegou, motivando um ar de alegria entre os homens naquela tarde. Todos subiram e ocuparam seus assentos. Ele olhou ao redor sorridente: pareciam crianças em dia de excursão, dizendo o que iriam fazer ao chegar aos seus destinos; não sabia e talvez nem quisesse saber o que os outros fariam, mas ele... Tirou a foto do bolso mais uma vez, no momento em que o ônibus partira.

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Olhou o relógio na parede. Assustada, percebeu que perdera tempo demais em suas memórias. Recobrou-se, corada, e terminou de se arrumar, perfumou-se e saiu. Apressada, chegou a tempo de pegar o ônibus no ponto a três quadras de sua casa. Quando entrou, procurou um assento vago: havia um do lado de uma senhora de idade já avançada, com a cabeça encostada no vidro e olhos fechados... Sentou-se. Seu nervosismo, agora, falava mais alto: seus dedos apertavam com força a alça de sua bolsa de cor marrom-clara, aberta constantemente para a retirada de um papel que dizia o número do portão e a hora de chegada. A todo o momento a jovem se inclinava para o lado a fim de enxergar o caminho a ser percorrido pelo ônibus, imaginando o que seu amor iria pensar se esta carta não tivesse chegado a tempo e ela não fosse ao seu encontro...
Logo desistiu de pensar nisso.

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Passado pouco mais de uma hora, o ônibus parou e todos desceram, o rapaz olhou para aquela fortaleza voadora a sua frente. A carona para casa. Ele e seus colegas se entreolharam com um franco sorriso no rosto, enfileiraram-se e puseram a marchar em direção ao avião.

Cada um tomou, mais uma vez, seu lugar, como descrito nas instruções recebidas há uma semana. Uma semana que passou rapidamente, para a alegria daquele rapaz que, por um momento, preocupou-se: será que sua carta chegara a tempo? Logo percebeu que não havia motivo de preocupação, pois ele tinha o número do telefone de sua amada.

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À distância já era possível ver o aeroporto, o que fez seu coração bater mais forte. Agora eram mais freqüentes as tentativas de enxergar o caminho. A senhora a seu lado, como se tivesse um despertador, acordou, pediu licença para a jovem, e ao motorista para que parasse no próximo ponto, já perto, e desceu. A jovem foi para o lado da janela, ia demorar um tempo ainda, pois lá é o ponto final.

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O avião decolou, e depois de umas duas horas de conversa, todos foram dormir exaustos. A emoção era demais até para eles, que enfrentara tanto nesse ano que passou.

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Os minutos mais longos de sua vida se passaram, o ônibus foi ficando cada vez mais vazio. Ao chegar ao aeroporto, apenas ela e um homem de barba e um paletó cinza chumbo carregando uma bolsa, provavelmente contendo sua roupa, desceram, dando lugar aos novos passageiros, recém-chegados à cidade.

A jovem parou por um instante e encarou a porta de vidro na entrada do aeroporto. A última vez que o viu foi a pouco mais de um ano, quando deu seu último beijo. Os dois jovens haviam acabado de descobrir o amor entre eles e já tiveram que se distanciar tão bruscamente. Respirou fundo.

Entrou.

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O rapaz abriu os olhos e viu que muitos companheiros já estavam acordados. Tomaram o último café da manhã dado pelo exército e começaram a descrever as pessoas que estariam no aeroporto esperando por eles: a esposa, os pais, o irmão mais velho, a namorada...

De repente uma voz no alto-falante informa que o aeroporto está próximo e já tem permissão para o pouso. Um grande e coletivo suspiro é expelido pelos jovens, tornando-o audível.

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A moça de vestido verde aperta o passo no momento em que entra no saguão do aeroporto, seguindo diretamente ao balcão de informações.

Logo descobre o desejado: o avião pousará no portão 21, lado oeste, pois não é um vôo de linha. Além disso, ela descobre também que ele já está para pousar.

A jovem, então, sai correndo em direção ao seu encontro. Ela não consegue mais pensar em nada.

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O frio na barriga toma conta dele. Uma mistura: parte a descida do avião, parte a ansiedade de revê-la depois de tanto tempo.

O avião termina as manobras com ele já de pé e com a bagagem em mãos. Quando o compartimento se abre, é o primeiro a descer, andando mais rápido que o de costume, quase derrubando sua caixa de pertences.

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Ao chegar à plataforma, a jovem vai direto à janela, ali estavam mais algumas pessoas, mas ela não se dá ao trabalho de examiná-las, quem ela procura está lá fora.

Pouco depois ela vê um avião militar pousando, fazendo uma manobra para inverter seu sentido e parar. Seu coração pára por um instante ao ver o compartimento de carga ser aberto, voltando a bater quando vê seu amado ser o primeiro a descer e sair andando acelerado em direção ao portão de desembarque.

Alguns segundos depois ela já se encontra à sua espera. É verdade: ele chegou.

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O porão se abre. O rapaz tem como primeira visão do aeroporto uma imagem conhecida: uma linda jovem parada em sua frente em seu vestido de chita verde-claro, ofegante, com um sorriso largo, deixando os dentes à mostra e boca aberta como se querendo dizer algo, mas soltando apenas soluços que misturam riso e choro, este denunciado pelas lágrimas que escorriam por seus olhos claros.

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A jovem não se contém, suas emoções estão a traindo. Ela não sabe se ri ou chora. Acaba por fazer os dois no momento em que o portão é aberto, entrelaçando suas mãos na altura do peito. Ela, então, vê um rapaz conhecido com um sorriso amável em direção a ela, que tenta dizer algo, mas não consegue, ela apenas soluça.

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Ele solta a mala. Ela solta as mãos. Os dois avançam um em direção ao outro. Depois de um ano juntos outra vez, e agora é para o tempo que o amor permitir. Eles desejam que isso dure o tempo que eles viverem.

- Fiquei com medo que a carta não chegasse...

- O que importa é que você chegou...

O casal se beija. Como se estivessem se beijando pela primeira vez, naquelas férias depois do colégio...