quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Ah!!!

Há tempos não sentia essa sensação: um sentimento que nem todas as pessoas já presenciaram, aquele aperto no peito, seu coração se torna diminuto, seu corpo fica trêmulo, sua boca seca, tudo em um curto espaço de tempo: apenas no intervalo de um simples olhar, de um sorriso... e que sorriso!

A necessidade de controlar seu ímpeto de abraçá-la, beijá-la, acariciá-la, fá-lo sentir-se incomodado, choroso, às vezes. Fica dividido entre o egoísmo e o altruísmo: ora querendo-a presa para poder estar sempre junto dela, ora aceitando o fato, imaginando que talvez assim ela esteja mais feliz.

Será?

Surge a pergunta: aquela que todos que já experimentaram este belo e ingrato sentimento já se fizeram. “Será que ela está melhor sem mim?” “Será que ela não me quer por medo de se machucar depois? Ou de me machucar?”

Infelizmente, para muitos estas perguntas nem sempre encontram resposta. Aumentando o nervosismo, a ansiedade, o aperto. A História não nos dá o número de quantos já morreram desse mal. Talvez uma Humanidade inteira.

“Por quê?” Perguntamo-nos. “Por que nos sentimos assim?”

Podemos parar de nos fazer essa indagação e simplesmente aproveitar este sentimento. Quem já o fez sabe o que significa estar vivo. Além das sensações físicas, existem outras presentes: o céu tem mais estrelas à noite e é mais azul de dia, a chuva é sempre bem-vinda, o mato que cresce no jardim é mais verde, as pessoas são mais educadas... ela se torna mais bela... mais inteligente... mais viva...

Torna-se única!

É assim que essa pobre alma que aqui escreve se sente agora: coração apertado, ofegante, o peito é pequeno demais para conter sua necessidade de gritar, mas as pálpebras cansadas sobre seus olhos demonstram o peso que carrego, silencioso, para evitar magoá-la com meu egoísmo. Isso é altruísmo...

Ou medo.

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